O que é PEP?
A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de risco à infecção pelo HIV consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir infecção pelo HIV.
A PEP para HIV está disponível no SUS desde 1999; atualmente, é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para evitar novas infecções pelo HIV.
O que é Prevenção Combinada?
Prevenção Combinada é um conjunto de ferramentas de prevenção, no qual a PEP está inserida.
Além do uso de PEP, fazem parte também:
- Testagem para o HIV
- Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)
- Uso regular de preservativos
- Diagnóstico oportuno e tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (IST)
- Redução de danos
- Gerenciamento de vulnerabilidades
- Supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral
- Imunizações
Quem tem indicação de fazer a PEP?
No atendimento inicial, após a exposição ao HIV, é necessário avaliar como, quando e com quem ocorreu a exposição.
Didaticamente, quatro perguntas direcionam o atendimento para decisão da indicação ou não da PEP:
- O tipo de material biológico é de risco para transmissão do HIV?
- O tipo de exposição é de risco para transmissão do HIV?
- O tempo transcorrido entre a exposição e o atendimento é menor que 72 horas?
- A pessoa exposta é não reagente para o HIV no momento do atendimento?
Se todas as respostas forem sim, a PEP para HIV está indicada.
Quais tipos de material biológico têm risco para transmissão do HIV?
Existem materiais biológicos sabidamente infectantes e envolvidos na transmissão do HIV. Assim, a exposição a esses materiais constitui situação na qual a PEP está recomendada.

Quais tipos de exposição têm risco para transmissão do HIV?

Exposição com risco de transmissão do HIV:
- Percutânea – Exemplos: lesões causadas por agulhas ou outros instrumentos perfurantes e/ou cortantes
- Membranas mucosas – Exemplos: exposição sexual desprotegida; respingos em olhos, nariz e boca
- Cutâneas envolvendo pele não íntegra – Exemplos: presença de dermatites ou feridas abertas
- Mordeduras com presença de sangue – Nesses casos, os riscos devem ser avaliados tanto para a pessoa que sofreu a lesão quanto para aquela que a provocou.
Qual a medicação utilizada para a PEP?
Indica-se como esquema preferencial para a PEP a combinação de três medicamentos: Tenofovir® associado a Lamivudina®, em dose fixa combinada TDF/3TC 300/300 mg, um comprimido por dia, via oral; e Dolutegravir 50 mg, um comprimido por dia, via oral.
Quanto tempo dura a PEP?
A duração da PEP é de 28 dias.
A PEP é segura?
O esquema preferencial (Lamivudina + Tenofovir + Dolutegravir) possui menor número de efeitos adversos e baixa interação medicamentosa, o que propicia melhor adesão e manejo clínico.
Apesar de sua melhor tolerabilidade, o Tenofovir está associado com a possibilidade de toxicidade renal, especialmente em pessoas com doenças renais preexistentes, portanto a função do rim deve ser monitorada.
A PEP é eficaz?
Sim, porém eficácia da PEP depende da adesão aos medicamentos durante todo o tempo de tratamento.
Em até quanto tempo depois da exposição de risco pode ser iniciada a PEP?
O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência. A PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes à exposição.
Indivíduos com indicação momentânea de PEP podem ser futuros candidatos à PrEP?
Sim. A transição para PrEP pode ser feita após os 28 dias de uso de PEP e exclusão de infecção por HIV.
A PEP pode ser utilizada por mulheres gestantes?
Sim. Para mulheres gestantes, o esquema preferencial deve ser composto com Raltegravir. Os critérios para indicação de PEP para essa população são os mesmos aplicados a qualquer outra pessoa que tenha sido exposta ao HIV.
Agende uma consulta para avaliação médica individualizada para o seu caso.
Dra. Aline Carralas Queiroz de Leão
Médica Infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Centro de Referência em DST/Aids
Atua na Unidade de Pesquisa Clínica do Centro de Referência em DST/Aids, como sub-investigadora de estudos sobre PrEP (PrEP Brasil e PrEP Combina).